terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A intolerância zero e o biãngulo das Bermudas


Gil Gonçalves

Contabilidade, para quê…!
«Além disso, muitas dessas empresas mostram erros de contabilização que revelam a reduzida preparação técnica de quem as lidera, sentenciou o ministro, para quem, «sem contabilidade não é possível gerir». Augusto Ferreira Tomaz. Ministro dos Transportes de Angola.» In semanario-angolense.com/home/


É o biângulo das Bermudas e os estranhos desaparecimentos de milhões de dólares nos vértices de Luanda e Lisboa. É que no triângulo das Bermudas o que costumam desaparecer são aviões e navios. No biângulo é só dinheiro que se evapora. E tal como no triângulo tudo permanece inexplicável. Grande magia de alguns dos nossos feiticeiros? Parece como os concursos da nomenclatura. São sempre os mesmos que ganham sempre os mesmos prémios. Perante tal quantidade incontornável de acções criminosas é impossível Angola sobreviver-lhes. Brevemente soçobrará. E quantas mais forças policiais ou congéneres, mais as coisas se complicam. Torna-se impossível o controlo e o pagamento de salários a tanta e tanta gente. E em consequência os desmandos abundam incontroláveis. Se o poder é incapaz, ineficaz de manter os sistemas da electricidade e da água a funcionarem, também será incapaz, incompetente de sanar seja o que for. A não ser apenas interesses pessoais como é prática. É por isso que funciona como um governo de grupos familiares. E isto constata-se facilmente nas leis exaradas que não funcionam. São apenas para casebre ver.
Há bancos a mais, não funcionais. Tal e qual como os ministérios com ministros e vice-ministros a mais. É tudo megalómano. Depois quando se dá por ela o dinheiro não chega. Aí temos outro Dubai. As estruturas de betão estão abaladas.
Mais um revolucionário, glorioso apagão marxista-leninista das 08.00 às 17.00 horas. E injustificam-se como se só eles existissem. Nunca ninguém chega a saber porque os cortes sistemáticos (anunciam a queda do regime?) acontecem. Aqui não há povo. Apenas um só povo e um só palácio que tartamudeia como a luz.
O carro cheio de polícias parou. Lestos alguns saltaram e não se preocuparam com a única coisa honesta que existe em Luanda: os vendedores honestos das ruas. Espoliaram todos os óculos de uma quase criança. Tinha aí doze ou catorze anos. E carregaram-nos, ele e dezenas de óculos. A explicação porque só roubaram os óculos da criança? Para estarem devidamente equipados no CAN2010.
Ontem pelas 17.00 horas vejo uma jovem zungueira na rua com apenas duas vassouras para vender. Há algo de muito errado porque ela quase não consegue manter-se em pé. Deve ter aí uns vinte anos. Chamo a Lwena para garantir que não estou errado. E num lamento estuporado exclamo:
- Lwena, olha… assim quer dizer que ela está completamente na miséria!
- Sim… é!.. deve estar com fome… acho que é por falta de comida.
Hoje pelas 11.00 horas da manhã outra zungueira está com uma pequena banheira com umas parcas coisas para vender. Senta-se, mas pouco depois não suporta a posição, deita-se e dorme. É a fome que a desfaleceu. Um segurança acorda-a e impede-a de dormir. Ela fica especada como uma vítima de um campo de concentração nazi antes de ir para a câmara de gás. Dir-se-ia que escapou do gás mas perecerá no campo de concentração de Luanda.
O governo das trevas encetou o plano final da exterminação do povo angolano.
As kinguilas (mulheres que cambiam divisas) na Mutamba, na baixa de Luanda, surraram nos fiscais do GPL-Governo da Província de Luanda.
Dois mil trabalhadores do GRN-Gabinete da Reconstrução Nacional da Presidência da República de Angola, há três meses sem vencimentos manifestaram-se. Pelo menos quatro foram presos. Dos vencimentos nada se sabe. In Rádio Despertar
Se até a Caixa Social das Forças Armadas Angolanas também não paga e cortou os subsídios… nem general escapa. In FOLHA 8
Só há dinheiro para estádios e para CANS2010, 2011, 2012…
Tudo soçobra. Está na hora das demissões voluntárias dos governantes e da hipocrisia da FAMÍLIA, dos portugueses, brasileiros e chineses.
Estamos numa zorra total. Noutro Iraque, outro Afeganistão.
Estrangeiros nacionais, internacionais e angolanos de ocasião! Deixem-nos viver como bantus. Não nos imponham os vossos modos de civilização exangue sem vida. E não adianta igualar-nos ao Dubai porque faliu.
Não são bancos, são cantinas e cantineiros disfarçados de banqueiros. Se em Portugal é assim, que será com estes gentios em Angola?
A nobreza tem luz dia e noite, a plebe só no dia de Natal e ano novo. Isto é mesmo à medieval.
Quem não pega num livro é escravo do outro que lê. Um governo que fomenta o analfabetismo na população vende-a aos estrangeiros. Angola, lá porque tem petróleo não é por isso que deixe de ser mais um estado falhado.
Enquanto a população espoliada e abandonada extingue-se nos campos da morte, reunido, o Conselho de Ministros do Governo de Angola preocupou-se com o CAN 2010.
Não há nada, absolutamente nada de negócios, de economia, de finanças, etc. Apenas roubar. E quando fazem, faziam, uns negócios ficavam imensamente felizes. Convencidos que burlaram os outros, quando na realidade eles foram os verdadeiros burlados. Com estes acontecimentos é tempo de mudar as fraldas ao sistema económico, acabar com os bancos e apear os idiotas dos governos que a coberto da democracia lá se enfiaram.
Bancos do terror em Luanda sem petróleo. No dia 15 de Novembro de 2009, na agência do BPC-Banco de Poupança e Crédito da Maianga, um familiar queria levantar oitenta mil kwanzas e o funcionário respondeu que o banco não tinha dinheiro.
O meu familiar girou por quase todas as dependências bancárias de Luanda e informaram-lhe: «Estamos sem dinheiro.»
No mesmo dia desloquei-me à dependência do banco BPC na Sagrada Família para reconfirmar a anomalia bancária. Queria levantar 5.000.00, cinco mil kwanzas para pagar a taxa de circulação automóvel e a resposta reconfirmou-se: «Estamos sem dinheiro.»
Será que o dinheiro foi todo para o CAN2010? Ou bazou para o estrangeiro?!
Consegui ainda apurar que quem tem quantias de vulto vive aterrorizado, sem futuro. Imagina, receia que vai ficar sem o dinheiro depositado pois claro.
A INTOLERÂNCIA ZERO
Estamos perante mais uma manobra de diversão do timoneiro da revolução angolana.
Luanda, capital mundial dos apagões. Luanda 07Dez09. Mais um apagão das 09.55 às 17.30 horas. Em saudação ao VI congresso do MPLA obrigámo-nos a mais um corte glorioso, revolucionário apagão. Entretanto, de mais este congresso nada de novo há a assinalar, exceptuando a renovação da ditadura marxista-leninista. Convém salientar que no marxisno-leninismo não existem eleitores, população muito menos. Tudo o que for vivo é carne para canhão.
A vanguarda marxista-leninista vencerá. Prometer sempre a mesma coisa e não fazer nada é o nosso lema. Apesar de moribunda a nossa população confia cegamente em nós. É que as nossas forças de dissuasão vigiam. Todos são patriotas. Não existem descontentes, tudo e todos são felizes debaixo das baionetas caladas dos nossos exércitos que controlam e abatem qualquer intento de manifestação, tumulto ou revolta.
Viva a doutrina marxista-leninista. Sob o comando dos nossos deuses líderes, os nossos olhares e mentes iluminam-se como uma gigantesca árvore de Natal.
Mas porquê em pleno 2009 ainda existem coisas destas? Será que a humanidade caminha outra vez para as ditaduras férreas? E porquê os campeões da democracia apoiam ditadores e promovem a espoliação das populações em nome da democracia? E mais porquê continuamos a viver nesta ignomínia? Quando é que estas coisas acabam? Quando e como terminará esta humilhação? Este campo de concentração?
Restam três democracias: Uma só para brancos, outra só para negros e outra só para bancos. Claro que isto é discriminação democrática. É impossível a sobrevivência da democracia com o actual, sempre o mesmo sistema bancário. O terrorismo do capitalismo bancário retorna mais avassalador, inalterável. Outro Iraque, outro Afeganistão e mais outro Paquistão também. O inimigo número um da paz mundial é o horrível sistema bancário milenar que teimosamente nos afunda, nos desumaniza e espolia. Daí a força imparável do islamismo.
Em Luanda quando abrimos as janelas, aspiramos o cheiro do napalm dos geradores eléctricos do Poder anárquico e mortal. Luanda, campeã mundial dos apagões e infestada de feitiçaria. E quem subir no emprego é morto. Sempre mais um Iraque e outro Afeganistão.
E todos os dias os preços sobem. Todos sabemos qual é a origem. Ouvimos a conversa habitual que: «vamos tomar medidas!». Contra quem? Contra a FAMÍLIA?! Luanda está outro Portugal, com a mestria que se lhe conhece.
Luanda está tão maravilhosa com o napalm da civilização. Com torres, condomínios e prédios dos milhões de dólares desviados dos partidos casebres. Luanda é dos filhos de um presidente. Luanda existe, Angola já não. É Luanda só para o CAN2010. E limpam-lhe as ruas da arraia-miúda porque parece mal com tantos estrangeiros maioritariamente africanos que estão a trafegar. Como se eles não soubessem o que é miséria. Não… é só por causa de alguns brancos que não suportam moscas verdes que rodeiam negros.
E a hipocrisia internacional à Ocidental deslava-se, apoia, força até caírem de podres os dois dedos de uma mão que nos oprime.



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