sábado, 23 de julho de 2011

Cepticismo. Strauss-Kahn e a violação


Não têm conta as vezes em que fui mistificado, levado a indignar-me, manipulado pelos media ao serviço, soube-o depois, de interesses pouco claros mas demasiado poderosos.

José Cipriano Catarino

Assim, de repente, sem puxar muito pela cabeça, recordo-me da Jugoslávia, em que apenas os sérvios assassinavam, primeiro os croatas, os muçulmanos depois - felizmente o Tribunal Penal Internacional ousa contrariar esta visão maniqueísta; lembro-me, aquando do ataque às torres gémeas, de imagens de palestinianas a festejar ululando pelas ruas - para saber depois que as imagens, embora autênticas, tinham sido filmadas uns anos antes... E das armas de destruição em massa do Saddam, dos seus terríveis mísseis Scut (estarei a confundir com o nome de auto-estradas nacionais à borla?), da guerra de libertação do Iraque em que, afirmava lambão um dirigente americano, quem não veio à festa não fica para o jantar...
Por estas e por muitas outras, duvidei da morte do Bin Laden; agora que os talibãs a confirmam, enfim, começo a acreditar pois dificilmente dois mentirosos se poriam de acordo apenas para me ludibriar.
Mas nem por isso me passou o cepticismo ranzinza que me põe frequentemente a discutir sozinho com a televisão. Por exemplo, quando ouço as notícias da violação ou tentativa de, depende das versões, por parte do presidente do FMI. Eis algumas das minhas dúvidas, enquanto aguardo por factos que me convençam da culpabilidade do homem.
1. Como é que um velho, ou idoso como agora é moda dizer-se, por mais recauchutado que esteja, nascido, se bem compreendi, em 1939, logo com 72 anos em cima, tem tamanha potência sexual? Capaz de atacar, despir, sodomizar, forçar a sexo oral uma mulher que, supostamente, resistia, gritava, arranhava, batia, esquivava, fugia... O tipo não é grande latagão e ela tem apenas 32 anos... E sempre sem esmorecer?

2. Nos quartos de hotel há um letreirozinho para pôr na porta quando estamos lá dentro: do not disturb. E as empregadas não entram sem bater, pois não? E se acaso entrarem, prontamente saem ao aperceber-se de que o hóspede está lá. E então, se ele vem nu, a correr para elas (ah velho danado!), não fogem!?

3. Um gajo que gasta numa única diária mais do que aquilo que eu recebo por mês, se está tão atrapalhado, tão pressionado pelas hormonas que é capaz de deitar para o bidé a candidatura à presidência da França e se arrisca a uma pena de prisão até à morte, não prefere telefonar para uma profissional em vez de atacar uma mulher da limpeza que talvez nunca tivesse visto, logo sem saber se é bonita ou feia, nova ou velha, gorda ou magra, branca, preta, amarela, se está no período ou se sofre de sífilis, gonorreia, sida?

4. Há também razões técnicas. Sugiro uma reconstituição para se apurar como é que o tarado ataca uma mulher vestida, certamente com as partes pudentes bem cobertas, a sodomiza sem mais aquela, a leva para a casa de banho (porquê aí?) para sexo oral, depois foge em pânico para o avião, o primeiro lugar onde o poderiam apanhar...
Ou o gajo é estúpido de mais e fez o que dizem que fez, ou é estúpido de mais para se deixar caçar desta forma ignara. Em qualquer dos casos, tem muito pouco de francês.

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